Por Milton Couto
Desde 1989, cientistas norte-americanos da Universidade de Pittsburgh desenvolvem um estudo com quase 300 idosos, na faixa de 78 anos. Os estudiosos pediram para que eles registrassem a distância percorrida por dia na caminhada. Treze anos depois, 40% do grupo – ou 116 pessoas – possuíam algum tipo de demência. Enquanto os mais saudáveis – os que mais andavam – não perderam a massa cerebral e reduziram o risco de ter problemas de memória pela metade. O ideal, segundo o grupo dos mais saudáveis, é andar regularmente 72 quarteirões por semana, o que equivale a dez quilômetros. Por dia, daria quase um quilômetro e meio.
A educadora física da Academia R2 e especialista em reabilitação cardíaca e grupos especiais, Adriana Oliveira, atribui o benefício da caminhada à melhora na irrigação dos neurônios. “É normal que, com o passar dos anos, exista a degeneração das células nervosas. Aqueles que fazem caminhada ou algum tipo de atividade física tem mais chance de ser diminuída a perda de memória do que aquela pessoa que é sedentária. O exercício físico facilita as sinapses (a comunicação entre os neurônios que permite o fluxo nervoso no cérebro humano)”.
A aposentada Maria Amália Belo Loureiro, de 72 anos, afirma que encontrou no exercício físico uma forma de driblar a genética. A mãe de Amália apresentou demência nos últimos anos de vida, quando faleceu aos 95 anos. Há cinco anos, a aposentada, pelo menos três vezes na semana, vai à academia e opta pela esteira para caminhar, faça chuva ou faça sol. “Eu consigo decorar senhas, números de documentos meus e os do meu marido, me sinto mais ativa e com vontade de viver. Digo a todos os idosos: mexam-se! Mesmo se não tiverem condições de pagar uma academia, vão a um parque e façam sua caminhada”, aconselha.
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