Desafio 24h das Capitais chega ao Recife

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Por Renato Priori

A corrida, que chega a 21ª etapa, teve início hoje, às 08h00 da manhã, no parque da Jaqueira. Com chegada para amanhã, o percurso passa pela Rua do Futuro e vai até o calçadão da Av. Boa Viagem, com término previsto para o parque Dona Lindu, no mesmo horário da largada. A competição reverte parte de seus lucros com a venda de camisas para o Grupo de Apoio a Adolescentes e Crianças com Câncer (GRAACC).

Na organização e também como competidor símbolo da prova está Carlos Dias, ultramaratonista brasileiro. No currículo, 64 maratonas e mais de 30 ultramaratonas (provas com mais de 42 km). Em 2007 entrou para o livro dos recordes brasileiro ao correr do Oiapoque – AP ao Chuí – RS, totalizando nove mil quilômetros, em 100 dias. Já no ano de 2010, como maior façanha da carreira, Carlos correu 18.250 km em 325 dias. Tudo isso para homenagear a mãe, Neli Lima, que faleceu em agosto do mesmo ano. Ele manteve uma média diária de 56 km na super prova, sempre com um sorriso no rosto.

Abaixo, uma entrevista com o simpático Dias:

Corre10: Como surgiu a ideia de juntar a sua paixão pela corrida de rua com o cunho social, a ajuda ao GRAACC?

Carlos Dias: Essa ideia de ajudar, ser um voluntário no combate ao câncer infantil, surgiu em 2008, quando eu fui fazer exames no hospital deles, preparando-me para as corridas nos desertos. Não sabia ainda como, mas depois daquela visita, sabia que queria fazer algo por eles. Viajei então para a primeira etapa, o deserto de Gob, na China. Lá eu vi que corredores do mundo inteiro também usavam a sua paixão pelo esporte para ajudar alguma entidade. Eu já voltei com a ideia de cruzar os Estados Unidos, vendendo as milhas que eu iria percorrer e reverter para o hospital. Os americanos abraçaram a causa, que foi um sucesso. Voltei para o nosso país e já fiz a Volta do Brasil, também transferindo parte dos lucros. Logo depois da Volta eu desenhei esse projeto, o Desafio das Capitais.

Corre10: E qual é a motivação da Corrida das Capitais?

Dias: Não só arrecadar fundos, mas também mostrar o GRAACC para o Brasil inteiro. Tem muitas crianças que perdem córneas ou são amputadas pelo simples fato de, às vezes, as pessoas não conhecerem uma estrutura de um hospital como essa, de referência na América Latina, e ainda de forma gratuita. Informar a população para salvar mais vidas, esse é o objetivo do Desafio. A corrida também comemora os meus 40 anos de vida e 20 de carreira.

Corre10: Quais as suas inspirações para levantar todos os dias e correr ultramaratonas no frio, no deserto ou em montanhas?

Dias: Tenho várias. Meu filho Vinicius, que tem 6 anos, é uma delas. Tenho que olhar lá na frente, deixar para ele um legado, um exemplo de entusiasmo, de doação, força e respeito. As crianças do hospital, que estão lutando contra uma doença grave como o câncer e continuam sorrindo, continuam sendo crianças. Nos momentos difíceis, é nessas duas imagens que eu foco. E também, claro, a minha grande atleta e mãe, Dona Neli. Ela passou muitos ensinamentos de solidariedade para mim, pois mesmo ganhando um salário mínimo, ajudava muitas entidades e nunca desistiu de concretizar seu grande sonho, que era ver os filhos dentro de uma universidade. Eu sempre sigo com esses exemplos, por isso que eu nunca desisto.

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